SEGREDOS DE UMA DISSIDÊNCIA
O operacional da ARA que rompeu com o PCP
(Texto de José Pedro Castanheira)
Entre os numerosos companheiros de percurso, Raimundo Narciso destaca a coragem de António Graça, a frontalidade de José Luís Judas, a competência de Barros Moura, o calculismo de Pina Moura. As apreciações mais críticas vão para Carlos Costa, Aboim Inglez (por quem Cunhal nutria uma «daquelas suas tão características e inultrapassáveis embirrações»), José Soeiro, Agostinho Lopes, António Gervásio, Helena Medina. Sobre Carlos Carvalhas paira uma espécie de comiseração. Quanto a Jerónimo de Sousa, é praticamente ignorado, sentindo-se mesmo algum desdém, traduzido na frase assassina: «O PCP de Jerónimo de Sousa, com um comunismo de sociedade recreativa, já não é nada do que era.»
Para a história ficam as conversas relatadas com os dois principais dirigentes do partido: Álvaro Cunhal e Octávio Pato. Este é descrito como uma espécie de inquisidor-mor — e que fez jus a esta condição, montando ao autor uma campanha de difamação e perseguição que culminou com uma operação de vigilância pidesca. simplesmente inacreditável. As três conversas com Álvaro Cunhal (ver pré-publicação) são um elemento indispensável para a compreensão da sua personalidade. O livro está recheado de afirmações atribuídas a pessoas não identificadas. Compreende-se até certo ponto — mas não deixa de ser uma debilidade. Pena também que não seja publicada a lista das três centenas de subscritores do documento da Terceira Via, que faz parte dos numerosos anexos.
Após o congresso, a ruptura era inevitável. A última gota acabou por ser a tentativa de golpe de Estado em Moscovo, em Agosto de 1991.
Para a história ficam as conversas relatadas com os dois principais dirigentes do partido: Álvaro Cunhal e Octávio Pato. Este é descrito como uma espécie de inquisidor-mor — e que fez jus a esta condição, montando ao autor uma campanha de difamação e perseguição que culminou com uma operação de vigilância pidesca. simplesmente inacreditável. As três conversas com Álvaro Cunhal (ver pré-publicação) são um elemento indispensável para a compreensão da sua personalidade. O livro está recheado de afirmações atribuídas a pessoas não identificadas. Compreende-se até certo ponto — mas não deixa de ser uma debilidade. Pena também que não seja publicada a lista das três centenas de subscritores do documento da Terceira Via, que faz parte dos numerosos anexos.
Após o congresso, a ruptura era inevitável. A última gota acabou por ser a tentativa de golpe de Estado em Moscovo, em Agosto de 1991.
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